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quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

O ASSASSINATO DA PIA SUJA


Eram 3 pias, uma ao lado da outra, naquele banheiro daquele escritório. Orleans gostava de escovar os dentes sempre no mesmo horário, logo após voltar do almoço. Tinha preferência em usar a pia do canto, mas sempre a encontrava imunda, coberta de restos de comida e resíduos, um nojo. Assim, usava outra, disputando com outros funcionários que escovam os dentes naquele horário. Ficava revoltado, se perguntando quem seria o pulha sugismundo que não tinha respeito pelos outros usuários. A seguir, chegava Kellyanno, que também preferia escovar os dentes na pia do canto e ficava chocado ao se deparar com aquela sujeirada, mas acabava por limpar a pia e a usava. Os horários de almoço de Kellyanno variavam um pouco, em alguns dias chegava para escovar os dentes um pouco antes de Orleans, mas ainda depois da passagem do porcalhão. Desta forma, limpava toda a imundície deixada na sua pia favorita e a usava. Nesses dias, ao entrar no banheiro, Orleans percebia Kellyanno utilizando a pia, aquela pia que sempre encontra imunda. Deve ser ele o porcalhão, pensava. 

Certo dia, ao se dirigir ao banheiro para sua higiene bucal, Orleans encontra Kellyanno no corredor de acesso, também se dirigindo ao banheiro. Filho da puta. Hoje não. Chega de emporcalhar a pia. Orleans saca sua arma nova, que acabara de adquirir legalmente aproveitando as novas regras facilitadoras para compra de armas. Dispara tantos tiros quanto a quantidade de porcarias que via todos os dias na pia, até descarregar a munição. 

Kellyanno morreu. Orleans foi preso. E a pia segue suja. 

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