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terça-feira, 16 de agosto de 2011

RIOFAN 2011 E OS FILMES QUE NÃO FORAM CENSURADOS


Felizmente, nem tudo foi censurado no RioFan 2011, festival de cinema fantástico que aconteceu mês passado no Rio de Janeiro. Cabe então um post sobre alguns destaques do festival. Apenas um relato breve sobre algumas boas obras que merecem ser vistas. O festival apresentou vários outros filmes interessantes, muitos não pude assistir, o que espero conseguir em futuras oportunidades.


A CHEGADA DE YURI LENNON A ALPHA 46 / YURI LENNON’S LANDING ON ALPHA 46
Suíça/Alemanha, 2010. De Anthony Vouardoux. 

A ficção científica é um gênero delicioso e proporciona histórias que, se bem construídas, atiçam nossa imaginação e nos levam a mundos fantásticos e situações incomuns, mas sempre guardando relações diretas ou indiretas com a realidade. Este foi o melhor curta que presenciei no festival. Uma história bem simples, mas muito criativa. Yuri Lennon é um astronauta que descobre como, por vezes, uma simples ação pode trazer imensuráveis conseqüências.



O OGRO
Brasil, 2011. De Márcio Júnior e Márcia Deretti. www.oogro.com.br

O Ogro é uma animação baseada em HQ desenhada por Júlio Shimamoto, um dos maiores gênios dos quadrinhos brasileiros. A HQ foi originalmente publicada na revista Calafrio em 1984, e marcou o lançamento de uma nova técnica no uso do claro-escuro desenvolvida pelo Shima. Quem já viu e curtiu as memoráveis ilustrações desse artista, certamente irá se emocionar em ver seu trabalho ganhar movimento e sonoridade. E como se já não bastasse esse momento mágico de ver tal arte projetada na tela grande, ainda tive a sorte de ganhar um cartaz autografado, artefato que será sem dúvida eternamente guardado. O filme ficou muito bem feito em todos os aspectos, essa iniciativa merece muitos aplausos. O único defeito é ser muito curto, pois ficamos querendo mais quando surgem os créditos. E esperamos que venham mais! Aliás, fica a idéia para que outros clássicos dos quadrinhos nacionais sejam adaptados, não só do Shimamoto, como dos diversos talentos espalhados por aí.



COMANDANTE TREHOLT E SUA TROPA DE NINJAS
Kommandør Treholt & ninjatroppen
Noruega, 2010. De Thomas Cappelen Malling. 
www.ninjatroppen.no

Uma bagaceira completamente sem noção produzida por um bando de malucos escandinavos. Quem assistir esse filme por acaso sem ter nenhuma informação sobre, vai jurar que foi feito nos anos 80. E a idéia é essa, resgatar aquela tosquice e criatividade dos 80, sacaneando todos os clichês da época e utilizando, inclusive, a mesma qualidade de imagem. Muita crítica política, situações absurdas e personagens caricatos. Diversão garantida em qualquer época, para todas as gerações.



A NOITE DO CHUPACABRAS
Brasil, 2011. De Rodrigo Aragão.  www.fabulasnegras.com

Rodrigo Aragão já tinha causado grande impacto com seu filme anterior, Mangue Negro. A utilização do gênero zumbis mesclada com a cultura brasileira foi uma grande sacada, e somado a isso a qualidade impressionante dos efeitos visuais, resultou no inevitável: Mangue Negro se transformou em Cult e, consequentemente, A Noite do Chupacabras foi o filme mais aguardado do RioFan. É uma grande satisfação quando vemos produções nacionais terem esse prestígio. E o melhor que tudo isso não é elogio de Galvão Bueno, ou seja, não é ufanismo barato. São filmes realmente bons; divertidos e de uma qualidade técnica impecável, no mesmo nível de produções estrangeiras e com recursos muito mais limitados. A Noite do Chupacabras sem dúvida atendeu às expectativas. A história é bem típica de outros filmes do tipo monstro que caça humanos, mas foi bem montada, apresentando algumas surpresas em seu desenrolar, com muita sangueira e personagens bizarros. É o horror invadindo as paisagens tupiniquins.




2 comentários:

  1. Tá, mas e aí? Não foram censurados, mas também não estão nos cinemas... É como se tivessem sido. :-/

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  2. Sim, sem dúvida existe uma censura velada contra esse tipo de produto artístico, que não se enquadra nos moldes padronizados da cultura comercial. Por isso a importância das mostras alternativas. A saída é acompanhar essas mostras e os sites dos filmes para saber onde serão exibidos e/ou como adquirí-los.

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