Nós

Tudo bem, falemos então sobre os idiotas. Será que sabemos o quanto somos idiotas? Tentamos negar para nós mesmos esse fato consumado? Nos preocupamos em encontrar caminhos para sermos menos idiotas? 

Existem dois tipos de idiotas: o idiota que sabe ser um idiota, e o idiota que acha não ser idiota. Ou, em outras palavras, o idiota sábio infeliz e o idiota ignorante feliz. O segundo é feliz justamente por ser um idiota, vive na ignorância, aceita passivamente tudo que os outros lhe impõe, não se importa com nada, não tem objetivos, segue sempre a mesma rotina, não gosta de ler ou de escrever, não enxerga ou não se importa com a miséria do mundo, e ainda se considera esperto e satisfeito com essa vidinha simplista de merda que leva. Já o primeiro tipo é tão idiota quanto o segundo, mas é sábio por saber que é um idiota, e é nisso que se distingue do ignorante. Tem noção de sua idiotice e da idiotice que assola o mundo. E é incapaz de aceitá-la, por isso se torna infeliz. 

O idiota sábio acha ser superior ao idiota ignorante. Mas não é. É até engraçado os hipócritas idiotas sábios reclamarem da futilidade dos idiotas ignorantes, quando na verdade o que sentem é inveja. Quem quer sabedoria? Queremos é ser felizes, felicidade é tudo ! Psicólogos e padres não curam depressão, curam sabedoria. 

Mas existem pessoas sábias e felizes? Com certeza não. Sabedoria e felicidade são antagonistas irreconciliáveis. São opostos, os dois polos da existência. 

E existem pessoas que não são idiotas? Difícil, idiotice é muito mais contagiosa que qualquer outra praga, e não existe uma cura conhecida. Mas quem sabe? Pode ser que existam pessoas ainda imunes. Talvez elas estejam nas profundezas mais inacessíveis da Floresta Amazônica, ou nas colinas mais geladas do Nepal. Sim, essas pessoas devem existir.

Bem, agora fale um pouco de você  . Qual tipo de idiota é você?