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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

CONAN, O FILME

Há um bom tempo estava querendo fazer um post sobre o 1° filme do Conan. Agora que saiu mais um, é a oportunidade para tecer alguns comentários sobre a trajetória do bárbaro no cinema. Então vamos lá.

Conan foi criado em 1932 por Robert Ervin Howard, um dos precursores do gênero espada e magia. Suas aventuras foram publicadas na revista “pulp” Weird Tales por quatro anos, e chamaram a atenção pelo talento literário e imaginação fértil de Howard. Além dos elementos épicos, Howard incrementava suas histórias com pitadas de erotismo e horror, que lhes dá um diferencial ainda hoje em relação a outras obras do gênero. Um dos correspondentes com quem trocava idéias era simplesmente H.P. Lovecraft, o mestre do terror, e cada um influenciou decisivamente a obra do outro. Howard ainda realizou uma acuradisima pesquisa histórica para ambientar suas aventuras. O mundo de Conan, batizado de Era Hiboriana, é um exercício imaginativo de como poderia ter sido o mundo há 12.000 anos. A terra natal de Conan é a Ciméria, que corresponderia ao que hoje seriam os países escandinavos. Infelizmente a carreira de Howard durou pouco. O escritor faleceu em 1936, aos 30 anos de idade, apenas 4 anos depois de criar seu personagem mais popular.

 

Mas conan sobreviveu. Anos mais tarde, escritores como L. Sprague de Camp e Lin Carter continuaram a saga, criando novas epopéias do cimério e reescrevendo contos inacabados deixados por Howard. Ao longo das décadas vieram vários romances e coletâneas que chamaram a atenção do então editor-chefe da Marvel Comics Roy Thomas. Este sugeriu ao chefão Stan Lee que o personagem fosse transportado aos quadrinhos. Lee aprovou e assim, em 1970, nasceu a revista Conan The Barbarian, que logo se transformou em um fenômeno de vendas. O sucesso provocou o lançamento de mais um título, Savage Sword of Conan, mais voltado para o público adulto e que se tornou ainda mais popular ao trazer adaptações dos contos originais de Howard. Em toda a jornada de Conan pela literatura e quadrinhos, há que se destacar os geniais ilustradores que retrataram seu universo: Frank Frazzeta, Barry Smith, Jonh Buscema, Earl Norem, Alfredo Alcala, Tony de Zuniga, Joe Jusko, entre outros.

 
Tamanha popularidade motivou a produção de um filme. Conan, o Bárbaro (CB). Lançado em 1982, produzido por Dino de Laurentiis, com direção de John Millius, roteiro de Millius e do novato Oliver Stone, e estrelado pelo então desconhecido Arnold Schwarzenegger, o filme foi aclamado pelo público, e catapultou de vez o bárbaro para o estrelato.


 O que se tornou marcante em CB é que, assim como os contos de Howard iam além de uma mera história de fantasia, o filme foi também uma obra inteiramente autoral de Millius, e conseguiu ir muito além dos clichês esperados de um filme de ação.
As histórias de Howard, de maneira geral, foram construídas sob uma espinha dorsal que consiste no interrelacionamento de três elementos: o conflito humano, feitiçaria e monstros. O argumento básico é Conan se meter em alguma intriga envolvendo nobres e bandidos de todo tipo e, no decorrer dos acontecimentos, se deparar com feiticeiros sedentos de poder, criaturas monstruosas despertadas de seu sono ancestral e cidades misteriosas esquecidas pelo tempo. Devido a seu talento literário e capacidade criativa, Howard conseguiu criar excelentes histórias a partir desse argumento. Poucos, ou talvez ninguém, depois dele, conseguiu realizar obras do mesmo nível neste gênero.
Millius percebeu que deveria criar um filme épico, e a seu modo, conseguiu transportar para o cinema o espírito da saga original. Em CB temos um trabalho de fotografia exuberante, cada cena parece ter sido milimetricamente planejada e construída para formar uma sequência de imagens marcantes, como um conjunto de fotografias que vão sendo armazenadas na memória do espectador e criando um álbum inesquecível.
Uma característica importante vista em vários contos de Howard é uma grande ênfase em personagens secundários, muitos deles figuras mais realistas que contrastam com a imagem do homem idealizado que Conan representa. Millius também resgatou com competência esse aspecto, os coadjuvantes aparecem com destaque ao longo do filme. Até as pequenas participações foram incisivas, como a de Max Von Sydow no papel do Rei Osric. Este cuidado com as interpretações resultou em ótimas atuações, principalmente no notável Thulsa Doom encenado por James Earl Jones.
Claro que Millius cobrou um preço para fazer uma obra de tal beleza cênica, que foi descaracterizar a concepção original do cimério. O Conan dele é mais dramático, reflexivo e disciplinado. O Conan de Howard é mais brutal, arrogante e desenvolto. Conan na verdade jamais aceitaria a vida de escravo, como ocorreu em CB, preferindo a morte. De fato, em CB ele tem muito pouco de bárbaro. Toda esta licença poética de millius é inteiramente perdoada, devido a grandeza de sua versão e por se tratar de um filme autoral que justificou esse novo conceito.
Em CB, são poucas as cenas de batalha, a maioria dos confrontos são sutis, há um destaque para choques de olhares, de expressões e movimentos. Já o sobrenatural acontece de forma muito sutil, apenas com a feiticeira da cabana e a transformação de Thulsa Doom em serpente, e o monstro representado pela serpente gigante. Obviamente, naquela época não havia a facilidade de hoje para se criar efeitos visuais, o que dificultava malabarismos maiores em termos de cenas de magia e criaturas fantásticas.
Outro fator fundamental do filme são as diversas referências a episódios ocorridos nos contos clássicos. Entre elas: a cena em que lobos perseguem o bárbaro e ele se refugia em uma misteriosa caverna onde encontra o esqueleto de algum rei ancestral; o episódio da crucificação, extraído do conto A Maldição da Lua crescente (na qual faltou a cena clássica em que ele mata um abutre com os dentes); e o retorno pós-morte de Valéria (inspirado na pirata Bêlit, de A Rainha da Costa Negra). Outra referência são os próprios nomes de alguns personagens, como os citados Valéria e Thulsa Doom.
Mas o grande destaque do filme é a magistral trilha sonora esculpida por Basil Poledouris, sem dúvida uma das melhores da história do cinema. Ela é a principal responsável por transmitir ao espectador a atmosfera épica daqueles “dias de grandes aventuras”; conduzida de forma brilhante, com variações e andamentos que se encaixam com precisão cirúrgica a cada momento da epopéia.

Com a consagração de CB, não tardou para que os produtores investissem em um novo filme, e em 1984 estreou Conan, o Destruidor (CD). Dirigido por Richard Fleischer e também estrelado por Schwarzenegger, a proposta deste foi bem diferente de CB. Enquanto o primeiro foi uma adaptação autoral inspirada na literatura e com um direcionamento mais adulto, CD é uma aventura de fantasia mais típica, mais voltada ao público infanto-juvenil. Mas CD não é um filme ruim. Embora inferior ao anterior, é um bom filme de ação, bastante divertido e com todos os elementos clássicos da espada & magia.
Se pensarmos nos dois filmes em conjunto, é interessante notar como eles se complementam e formam uma retratação quase completa do universo de Conan. CD traz aquilo que ficou um pouco de lado em CB, é um filme com mais ação e o lado fantástico aparece com maior peso. Temos um combate contra um real feiticeiro, Thoth Amon, e um monstro de verdade, o demônio Dagoth.
A exemplo de CB, os personagens secundários foram valorizados. Vemos vários tipos curiosos e engraçados, como a guerreira Zula, adaptada dos quadrinhos e interpretada por Grace Jones, ou o mago Akira, único remanescente do primeiro filme. Diferente de CB,  em CD não há qualquer drama humano, as interpretações são todas hilariamente canastronas, acentuando aqui o clima descompromissado e descontraído que tanto marcou os filmes de ação dos anos 80.
Acertadamente, foi mantida a trilha sonora nas mãos de Poledouris, que proporcionou mais um espetáculo à parte.
Fica um ponto negativo por não haver na história maiores referências da saga original, como fez CB, a proposta foi mesmo mesmo contar uma história mais básica, baseada em HQs escritas por Roy Thomas, que também foi um dos roteiristas.


Desde então os conanmaníacos ficaram na expectativa de um terceiro longa. Mas, apesar da crescente popularidade do personagem nos quadrinhos, que chegou a ter várias revistas regulares simultâneas publicadas pela Marvel, os anos passavam e o novo filme não se concretizava. Um dos motivos era a inacessibilidade de Schwarzenegger, que havia se transformado na maior celebridade mundial dos filmes de ação e assim estava sempre com a agenda lotada. Infelizmente, a maioria dos produtores de Hollywood e dos fãs acreditava que só ele poderia interpretar o cimério a contento. O medo de se arriscar em um novo ator levava os projetos para a gaveta e os fãs ficavam apenas com os boatos.
O tempo passou, o Governador do Futuro ficou velho e ainda assim ele continuava sendo assediado para reencarnar seu primeiro papel de destaque. Chegou-se a planejar Conan Rei, filme que traria um Conan mais velho, na fase em que foi monarca da maior nação de sua era. Seria no mínimo tragicômico o Arnoldão, praticamente aposentado, no papel de Conan, mas, felizmente, quando o sujeito enveredou pra política, esse projeto foi descartado, e finalmente os produtores cinematográficos perceberam que deveriam buscar um novo ator.

Nos últimos anos, com a febre de versões cinematográficas para personagens dos quadrinhos, não tardaria a acontecer o tão aguardado terceiro filme.
E assim chegamos a 2011, quando, enfim, o “bárbaro maldito” volta à tela grande.


 Os pôsters foram bem chamativos e bem feitos, mas o trailer já demonstrava que não deveríamos esperar muita coisa. E não deu outra. Conan 2011 (C11) é bem fraco em todos os aspectos. Bem inferior até mesmo ao CD, que dirá se o compararmos ao CB. E as comparações são inevitáveis, pois a proposta de C11 é justamente apresentar uma nova versão para o clássico de 1982. O título é o mesmo, o que a partir de agora vai gerar uma eterna confusão na citação dos filmes (Pra mim Conan, o Bárbaro será só o primeiro; este será Conan 2011). Os gênios de Hollywood, em sua infinita preguiça criativa, optaram por recontar a origem do cimério na mesma linha garoto-vê-pais-serem-assassinados-cresce-alimentando-desejo-de-vingança.
Já que se trata de um remake, o diretor parece ter sido escolhido a dedo: ele é Michael Nispel, um especialista em refilmagens que não acrescentam nada às franquias originais, responsável por Sexta Feira 13 (2009) e O Massacre da Serra Elétrica (2003). Este último, especialmente, é um atentado contra o clássico de 1974.
Para o papel do protagonista, a opção foi por um ator desconhecido, a exemplo do que ocorreu em 1982, numa tentativa de revelar uma cara nova para Conan. O que me parece acertado, pois seria difícil engolir simplesmente o fortão da moda fazendo esse papel. O escolhido foi Jason Mamoa, que anteriormente havia feito basicamente papéis para televisão.
C11 basicamente copia as idéias dos filmes anteriores. De CB veio a idéia da vingança contra o homem que destruiu a aldeia natal. De CD, a idéia do sacrifício da pura mocinha para despertar o mal adormecido e conquistar o mundo. Há assim referências aos dois filmes. No início, a sequência do ataque à aldeia remete a CB. No final, temos a cena em que um ladrão ajuda Conan a invadir a fortaleza do vilão, lembrando CD.

O filme até inicia bem. Mostra o nascimento de Conan em um campo de batalha, como nos conta a saga original. Ao invés de leite, o bebê experimenta o sangue materno. Uma boa sacada. As sequências iniciais do jovem bárbaro na Ciméria são aceitáveis. Os realizadores também tiveram a feliz idéia de reproduzir, em todos os detalhes, a mesma espada utilizada em CB, que é forjada pelo pai de Conan no início de ambos os filmes, e ficou conhecida como A espada de Corin.
O problema é que logo o filme desanda para a pancadaria, sem que os personagens tenham sido convincentemente apresentados, e as cenas de luta passam a ser o único foco.
Não há história, não existe roteiro. As ações vão sendo encadeadas de forma totalmente atropelada, sem qualquer ritmo ou coesão. É aquele estilo desordenado de videoclipe que tanto irrita nas produções atuais de Hollywood. Em certos momentos, temos boas imagens de cenários e paisagens fantásticas. Mas essas cenas duram apenas frações de segundos, o espectador não tem tempo de aproveitar qualquer possível imagem envolvente, pois tudo tem que acontecer em velocidade de clipe pra dar tempo de serem despejadas na tela lutas intermináveis. Nispel não entendeu que o conceito de Howard vai além da mera pancadaria, há toda aquela sutileza de elementos de mistério, de horror e de magia.
Apesar disso, o filme ainda consegue se segurar durante a primeira metade. Temos alguns bons momentos no início da vingança de Conan e seu encontro com a heroína Tamara. Mas se perde totalmente a partir do momento do primeiro embate entre Conan e o vilão-mor Khalar Zym. Pouco mais do que nada acontece a partir daí, a não ser um interminável e sonolento duelo de espadas entre os dois. A única cena que quebra um pouco a mesmice é o confronto contra a criatura de tentáculos no fosso da fortaleza do vilão.
É impressionante como C11 conseguiu sub-utilizar todos os elementos essenciais desenvolvidos por Howard. Não há conflito humano, a magia se resume à monótona cena em que a filha de Zym, Marique, cria guerreiros de areia, e o montro é a criatura dos tentáculos. Aliás, se Marique é uma bruxa, ou aspirante a, não dá pra entender por que ela não lança mais nenhum feitiço durante todos os confrontos seguintes. Será que ela só sabia um truque? Bem, melhor não tentarmos entender o complexo roteiro escrito por Thomas Dean Donnelly e Joshua Oppenheimer e Sean Hood (Isso mesmo, foram necessários três para desenvolver uma trama-nada). Quanto aos personagens secundários, são todos uma lástima. O melhor amigo de Conan no filme tem uma participação tão medíocre que nem me lembro seu nome; os vilões são insossos; todos os coadjuvantes, inexpressivos.
Mas C11 possui pelo menos um grande mérito: o Conan propriamente dito ficou bem fiel ao original. A imagem que temos é de um verdadeiro bárbaro, mais parecido com o Conan de Howard do que nos outros filmes. Selvagem, mas astuto; sanguinário, mas leal aos amigos; que despreza as regras da civilização e segue seu próprio código de honra. Cheio de cicatrizes de incontáveis batalhas. “Eu vivo, eu amo, eu mato. E estou satisfeito”. Essa auto-análise do bárbaro incluída em um breve diálogo do filme foi extraída do clássico A Rainha da Costa Negra. Infelizmente é uma das poucas referências às obras clássicas. Mamoa não é nenhum mestre da interpretação, mas consegue convencer como bárbaro. Creio que nas mãos de um bom diretor, ele poderia tranquilamente continuar no papel em futuros filmes.
O grande engano de Nispel foi acreditar que bastava apresentar uma imagem fidedigna do cimério para garantir o filme. Assim, ele poderia dispensar direção e roteiro e empurrar a narrativa de qualquer jeito. Erro grave.
Em suma, o grande problema de C11 é buscar o lucro fácil em cima de um personagem famoso. Mas uma trama central simplista demais, erros de continuidade abusivos e uma preguiça imaginativa absurda botam tudo a perder. E a solução seria muito simples: porque simplesmente não adaptar um dos contos originais de Howard? Qualquer um deles daria um ótimo filme. Ou então que se contrate um dos escritores que o sucederam para desenvolver uma trama mais elaborada. CB adaptou vários trechos dos textos originais e CD teve a participação direta de Roy Thomas, um especialista em Conan. Já na nova película, parece que nenhum conhecedor da obra de Howard foi consultado. Lamentável.

No final das contas C11 é válido se o considerarmos apenas como uma reapresentação do bárbaro, uma forma dele chegar e dizer: “ei, eu sou Conan, e estou de volta”. Nesse sentido, podemos ter alguma expectativa quanto ao futuro. Novos filmes podem vir a seguir e, sem esse compromisso de contar origem, podem surgir boas idéias.
Além do que, ruim ou não, um filme promove o resgate do personagem, que gera outros produtos interessantes. Nesse embalo, A editora Évora lançou o livro Conan, O Bárbaro. Ainda que seja uma obra oportunista, como se percebe por ter o mesmo título e a capa ser simplesmente o pôster do novo filme, o livro tem um conteúdo bem valioso. Traz alguns contos originais de Howard que ainda eram inéditos no Brasil, além de sua única novela publicada, A Hora do Dragão.
Também está sendo produzida uma animação, adaptação do clássico Red Nails (Pregos Vermelhos). http://www.conanrednails.com/ . Pelas imagens no site, não parece ser grande coisa, mas ao menos é alguma coisa.
E a saga continua...


2 comentários:

  1. Não achei o filme tão ruim como é colocado em algumas passagens do artigo. Ele tem méritos sim, principalmente na atmosfera dos quadrinhos que se percebe em muitas cenas do filme. Não é possível comparar com o filme de 1982. Aquele foi o primeiro e é clássico. Já escrever que Conan, O Destruidor é superior ao atual discordo totalmente. O filme de 1984 é só uma aventura cotidiana que ficou longe do universo de REH.

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  2. Não achei tão ruim quanto eu temia...

    Embora ainda longe de ser 100% fiel a Howard, o filme ainda teve muito mais elementos howardianos do que o longa-metragem de 1981 com Arnold. Os atores Leo Howard e Jason Momoa interpretaram um Conan com aparência física e comportamento quase idênticos ao que foi criado pelo texano em 1932. Gostei - e muito - das cenas em que Conan libertou escravos em Zingara e foi com eles para Messantia; da batalha naval, do nascimento de Conan e da luta do pequeno Conan contra os pictos.

    Tem contradições a Robert E. Howard? Claro que tem: um ator negro interpretando um zamoriano com nome hiboriano (!); a tribo de Conan sendo destruída por um exército formado por mais guerreiros civilizados do que bárbaros; Conan tendo trabalho em matar um guerreiro negro na batalha naval, bem como em dar cabo de Khalar Zim no final do filme. Mas, de 0 a 10, dou nota 6 a este filme, que está, na minha opinião, bem melhor e mais fiel que o de John Milius.

    Ao filme com Arnold eu daria nota 4,5 - e isso, por causa da brilhante atuação de William Smith como pai de Conan, nos primeiros minutos do filme; e também devido à maravilhosa trilha sonora de Basil Poledouris (os dois únicos elementos que salvaram o filme de 1981 de receberem um belíssimo ZERO, vindo de mim).

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