(Por: KWY)
Chuto sua cabeça uma vez mais, com prazer. Ela rola pela terra até parar rente a uma treliça. Agarro um dos braços e o jogo no rio, com força, com ódio, com satisfação. Foda-se, não vou enterrá-lo. Que os seus restos apodreçam aí mesmo. Mas logo alguém o encontrará. Chamará a polícia. Investigações serão feitas. Provavelmente chegarão a mim. Foda-se, não me importo. Tudo o que quero é sentar sobre a mesma rocha em que sentava na infância e contemplar o rio. Vivi aqui até me casar. Meu pai me trazia aqui sempre, eu e meu irmão. Nadávamos e brincávamos o dia inteiro. Era bom. De repente, num impulso, quero tirar a roupa e nadar. Tiro a roupa e pulo na água. Não me importo se o sangue do desgraçado contaminou a água. Abro os braços, fecho os olhos, deixo meu corpo flutuar, a suave correnteza me levar. Os primeiros raios de sol da manhã banham meu rosto, meus seios, meu ventre. Logo alguém aparecerá. Encontrará os pedaços. Não me importo, tudo o que quero é aproveitar este momento de paz. Finalmente em paz comigo mesma. Tudo o que quero é flutuar...
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